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Missão Compliance
Compliance e a Valorização da Vida

Compliance e a valorização da vida

Setembro amarelo – O Compliance pode auxiliar na prevenção ao suicídio? A resposta é: Sim! Neste artigo traçaremos um paralelo entre o Compliance e a prevenção ao suicídio.

O Compliance é uma ferramenta de governança corporativa que visa evitar condutas em desconformidade com as normas internas e externas, promovendo a ética, transparência e integridade nas organizações. Dentre os temas tratados pelo Compliance, visando boas condutas dos colaboradores, estão: Relacionamento interpessoal, prevenção aos assédios e à discriminação. Os Códigos de Condutas, em sua maioria, expõem a preocupação das organizações com esses temas.

Nos treinamentos da Missão Compliance abordamos temas como etarismo, capacitismo, racismo, sexismo, LGBTfobia… Entendemos que a criação de um ambiente corporativo saudável e livre de preconceitos e discriminação se constrói no dia a dia da organização. O Programa de Compliance deve mapear esses riscos por meio do Compliance Risk Assessment e mitigar por meio de planos de ação. Muitas vezes para mitigar um risco sobre conduta, o investimento em treinamento, para trazer informações aos colaboradores, deve ser feito.

As vítimas de condutas indevidas no ambiente de trabalho podem desenvolver diversos transtornos mentais como ansiedade e depressão. O suicídio no trabalho (que é bastante simbólico) ou, em decorrência do trabalho, os trabalhadores podem ter um ambiente tóxico, exposição a situações degradantes ou assédio. O suicídio é definido como o ato de o indivíduo retirar a própria vida, sendo essa prática presente em diversas culturas, a qual tem seus determinantes e motivadores compreendidos de formas distintas ao longo do tempo (Colucci & Lester, 2012).

Para ilustrar o cenário, apenas no último trimestre, na cidade de São Paulo, podemos destacar dois casos de suicídio no trabalho. No mês de junho um servidor de 48 anos, analista jurídico do Ministério Público do Estado de São Paulo, cometeu suicídio na sede do órgão. Uma denúncia feita ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) em 1º de julho, à qual a imprensa teve acesso, diz que o servidor tinha depressão e sugere que ele sofria assédio moral no trabalho. No mês de agosto, um escritório de advocacia confirmou uma tentativa de suicídio de um estagiário, que se jogou do 7º andar do escritório.

Casos como esses poderiam ser evitados com tratamento médico, acompanhamento psicológico, mas o problema precisaria ser combatido na raiz, com a efetiva promoção de um ambiente livre do assédio, discriminação e preconceitos, com meios sólidos para apresentação e apuração isenta de denúncias, além de sanções efetivas aos que causam estes males no ambiente de trabalho.

Ligia Calixto – Analista de Compliance

Referências bibliográficas:

Sites:
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2022/07/mpsp-e-alvo-de-denuncia-de-assedio-moral-depois-de-suicidio-de-servidor.shtml
https://www.poder360.com.br/brasil/estagiario-pula-de-escritorio-de-advocacia-durante-expediente/

Livros:
Colucci, E., & Lester, D. (2012). Suicide and culture: Understanding the context. Cambridge: Hogrefe Publishing.
Meleiro, A. M. A. S. (1998). Suicídio entre médicos e estudantes de medicina. Revista da Associação Médica Brasileira
Dejours, C., & Bègue, F. (2010). Suicídio e trabalho: o que fazer.
Lovisi, G. M., Santos, S. A., Legay, L., Abelha, L., & Valencia, E. (2009). Análise epidemiológica do suicídio no Brasil entre 1980 e 2006. Revista Brasileira de Psiquiatria.